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quinta-feira, 25 de julho de 2013

Falando em Carmenère...

A seleção de hoje é  um Carmenère chileno que me agrada pela sua simplicidade. Valle Central Misiones de Rengo Carmenère 2011 tem corpo médio e é pouco ácido. Na taça, apresenta cor rubi intensa, puxando um pouco para o violeta. Na boca é persistente, marcado pelo equilíbrio entre fruta e madeira.

A uva Carmenère combina com queijos semiduros, todos os tipos de massas e pratos condimentados, como comentei na postagem anterior. Nessa ocasião preferi acompanhar a bebida com o queijo emmenthal. Para quem não conhece, o queijo emmenthal é claro, cheio de furinhos, macio, um pouco adocicado e possui fundo levemente picante. Para mim, ficou ótimo! Eu recomendo!


País de Origem: Chile
Região: Vale do Rapel, Chile Central
Produtor: Misiones de Rengo
Uvas: 97% Carmenère / 3% Cabernet Sauvignon
Safra: 2011
Graduação alcoólica: 13.5%
Garrafa: 750 ml
Faixa de preço: 25 - 35 reais

terça-feira, 23 de julho de 2013

A uva Carmenère

Dias atrás, no interior do estado, caminhava eu descontraída pela rodoviária. Eis que, por acaso, encontrei um amigo que também esperava seu horário para viajar. Por conhecer meu gosto pelos vinhos, ele me contou que carregava em sua bagagem um Carmenère (San Pedro Gato Negro). Falamos então, muito rapidamente, sobre essa uva e sobre a relevância do seu sabor, tanto nos varietais quando nos blends. Mesmo depois disso, continuei pensando nessa uva deliciosa! Afinal de contas: por que apreciamos tanto a Carmenère?

Exemplo de um rótulo de vinho produzido com a uva Carmenère

Do pouco que sei, essa uva apresenta baixa acidez, o que favorece sua degustação, e possui uma leve doçura natural - que não afasta sua característica de vinho seco. Essa combinação de fatores pode  conceder ao vinho o equilíbrio agradável que tanto procuramos. Quando jovem, os vinhos da Carmenère apresentam aromas de cereja e café, além de notas de tabaco e chocolate.

Um bom vinho feito com essa uva é aquele que teve um período de espera de aproximadamente 3 anos, tempo suficiente para diminuir sua acidez. Essa espera também ajuda a reduzir a agressividade dos taninos: o vinho se torna mais sedoso e macio na boca. Embora seja originária da França, região de Bordeaux, atualmente a uva Carmenère é também produzida na Califórnia, no Chile e na Argentina. O Chile é o país que produz os melhores exemplares de vinhos feitos com Carmenère!

Um cacho de uvas tipo Carmenère

Esses vinhos são ideais para massas. Quem não gosta de harmonizar vinho com massa? É perfeito! E tem mais vantagens: vai comer uma feijoada? Vai provar um prato condimentado? Vai explorar uma comida exótica? A uva Carmenère se mostra bastante apropriada! Também acompanha carnes vermelhas, assados e pratos que levam creme. E queijos, ah queijos! Experimente com os semiduros gruyére, estepe, edam, emmenthal, gouda... a lista é variada! Com um Carmenère chileno, é difícil errar!

Mas bem, como nem tudo são flores, vamos ter em mente que pratos leves pedem vinhos leves. Portanto, eu evitaria harmonizar a Carmenère com uma salada, por exemplo. Embora esse tipo de vinho seja frutado e jovem, ele é complexo o suficiente para acompanhar comidinhas mais elaboradas, como as acima citadas.

E aí, você também ficou com aquela vontade de abrir um Carmenère agora?! Nesse friozinho seria ótimo!

Bons vinhos a todos!



domingo, 21 de julho de 2013

Uma homenagem!

Um vinho casual, porém especial: Finca Las Mercedes Cabernet Sauvignon 2012 foi um rótulo que escolhi especialmente para comemorar o 36º aniversário de casamento de meus pais. Mercedes é o nome da minha mãe, por isso a homenagem!

O vinho é jovem e despretensioso, ideal para o dia a dia. Na boca, é curto. Na taça, é vermelho opaco.

É um Cabernet Sauvignon leve, ótimo custo-benefício e bastante saboroso! Só teve um ponto negativo... achei esse vinho um pouco ácido. Não sei se era meu paladar, não sei se é por ser um vinho jovem demais, não sei se estou viajando. Rsrsrs! Ainda assim, eu não indicaria como aperitivo.

Mas com o prato principal da ocasião - tiras de frango ao molho curry e batatas assadas com ervas - rendeu um excelente almoço em família!
 
País de Origem: Argentina
Região: Mendoza
Produtor: Viñas de Altura
Uva: Cabernet Sauvignon
Safra: 2012
Teor alcoólico: 13%
Garrafa: 750 ml
Faixa de preço: 20 - 25 reais

terça-feira, 16 de julho de 2013

Vinho grego!

Um vinho da Grécia?! Pois é, explorando novas origens! Tsantali Nemea Réserve 2008 é um varietal que traz a uva agiorgítiko. Já ouviu falar? Nem eu... rsrsrs! Sinceramente, foi a primeira vez que vi e experimentei esse tipo! Sei que uma indicação de vinho grego é coisa rara, mas esse rótulo me surpreendeu positivamente! Nemea é encorpado e ligeiramente ácido. Na boca, apresenta persistência moderada e fundo de carvalho. Na taça, tem coloração vermelha intensa.

Esse vinho harmoniza com todos os tipos de massa (em especial, as com molho branco), carnes vermelhas tipo steak e queijos maduros. Mas, no dia em que abri essa garrafa, estava com MUITA vontade de comer patê de frango! Então, fiz mini-sanduíches com pão de forma e acompanhei com salame. Sem frescura, né gente! Resultado? Ficou uma delícia!



País de Origem: Grécia
Região: Agios Pavlos
Produtor: Evangelos Tsantalis
Uva: Agiorgítiko
Safra: 2008
Teor alcoólico: 13.5%
Garrafa: 750 ml
Faixa de preço: 30 - 35 reais

quinta-feira, 11 de julho de 2013

Um Chardonnay argentino!

Hoje gostaria de falar sobre um vinho branco delicioso: Altos Del Plata Chardonnay 2011!

A uva Chardonnay é bastante conhecida pelos apreciadores de vinho branco. É originária da França, mas é difícil errar ao levar para casa um Chardonnay argentino. Particularmente, acho o vinho branco bastante prático: combina com pratos pouco elaborados, acompanha massas com molho leve, harmoniza com queijos macios ou pode ser simplesmente para aperitivo! Não é ótimo?!

Altos Del Plata é um varietal fresco. Seu paladar é agradável e equilibrado: nem tão leve, nem tão encorpado. É um vinho frutado, de persistência curta. Na taça apresenta cor amarela bem clara.

Essa garrafa foi selecionada pelo meu namorado, para uma noite de comemoração! Nas palavras do Lu: "Tive muita sorte em escolher este excelente vinho branco! A qualidade da uva associada ao seu local de produção fazem dele um vinho único e especial. Na boca, é suave e marcante; na mesa, é harmonioso e romântico. Um dos meus preferidos!"

Optamos por acompanhar esse vinho com queijos que gostamos muito: gouda e brie. Eu recomendo! Também combina com massas que levam queijo, patês e pizzas leves.

 Informações

País de Origem: Argentina
Região: Mendoza
Produtor: Terrazas de Los Andes
Uva: Chardonnay
Safra: 2011
Teor alcoólico: 13.5%
Garrafa: 750 ml
Faixa de preço: 30 - 40 reais

sexta-feira, 5 de julho de 2013

Varietal vs. Blend

Vou ser sincera com vocês... até a semana passada eu não sabia o significado do termo "varietal", que sempre vejo nos rótulos mas não sabia o que queria dizer. Shame on me. Então, lá vou eu pesquisar um pouco:

Quando estamos falando de vinho, varietal é aquela bebida elaborada com apenas um tipo de uva (um vinho 100% feito com Pinot Noir, por exemplo), ou praticamente só um tipo. Pode ser considerado varietal o vinho que contém mais de 85% de uma uva principal. Um sinônimo de varietal é monocasta, ou seja, o vinho feito apenas de uma variedade de uva.
Exemplo de varietal.
Já o blend, ou dito "de corte" (veja post anterior: Albae Esencia) é o vinho elaborado a partir de tipos diferentes de uvas (60% Tempranillo e 40% Cabernet Sauvignon, por exemplo).  A palavra "assemblage" também é utilizada para descrever esses vinhos.
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Exemplo de blend.
Andei pensando se isso afetaria a qualidade da bebida. Mas no caso do blend, o produtor escolhe as proporções de cada uva tendo como base o resultado que se pretende obter, contrabalanceando os pontos fortes e fracos das uvas e procurando a harmonia na mescla. Elaborar um bom blend acaba sendo uma arte! Humilde opinião, claro. Portanto, acredito que o varietal tem suas qualidades notáveis e o blend tem suas características especiais, ambos podendo ter excelente qualidade.

Como também é uma questão de gosto, confesso que prefiro os blends de vinhos tintos. Não me recordo de provar uma mescla marcante de vinho branco... Alguém tem uma boa dica?

Bons vinhos a todos!





quarta-feira, 3 de julho de 2013

Primeira seleção: Albae Esencia


Eis o primeiro vinho que apresento a vocês: Albae Esencia Tempranillo/Cabernet Sauvignon 2009!

Hoje aprecio bastante a uva Tempranillo, mas meu primeiro contato com ela foi há cerca de dois anos. A Tempranillo resulta em um vinho encorpado e complexo, que conquistou meu paladar logo na primeira taça! Para as pessoas pouco acostumadas ao vinho seco, essa uva pode não agradar no início. Uma boa forma de prová-la é começando por uma mistura com alguma outra uva mais familiar. 

Esencia é um blend das uvas Tempranillo (60%) e Cabernet Sauvignon (40%), muito bem elaborado e ao mesmo tempo fácil de beber! É um vinho moderno e jovem. No nariz, é frutado e apresenta um final com toque de baunilha. Na taça tem uma coloração vermelha rubi, bastante intensa.

Optei por harmonizar esse vinho com um queijo macio, no caso o brie.
Resultado? Aprovadíssimo!


Informações

País de Origem: Espanha
Região: La Mancha
Produtor: Hacienda Albae
Uvas: Tempranillo 60% / Cabernet Sauvignon 40%
Safra: 2009
Teor alcoólico: 12.5%
Garrafa: 750 ml
Faixa de preço: 30 - 35 reais

segunda-feira, 1 de julho de 2013

Sejam bem-vindos ao Vinhos para Bolsistas!


A iniciativa de escrever sobre vinhos é audaciosa, pois pouco entendo da bebida e não saberia descrevê-la tecnicamente como um sommelier... talvez esse seja o diferencial das próximas postagens: utilizar uma linguagem que me aproxima de leitores - assim como eu - leigos em enologia, mas permitindo que eu indique vinhos com boa relação custo-benefício, sem grandes frescuras e sem preços abusivos!

Gosto muito de vinhos e, como citei acima, não sou nenhuma especialista. Mais do que isso, o momento atual do meu percurso profissional (sou bolsista de doutorado em Astrofísica, no IAG/USP) pouco me permite adquirir vinhos por valores absurdos. O que não significa que eu não posso apreciar uma boa bebida! Basta procurar com atenção e explorar as prateleiras dos supermercados. 

Tentarei descrever minha impressão ao degustar alguns vinhos, destacando suas principais características, a faixa de preço e algumas dicas de harmonização. Também gostaria de compartilhar o que eu for aprendendo, como termos próprios e dicas úteis. Não darei notas, pois este é um processo muito subjetivo, e a avaliação fica a critério de cada apreciador! Como um dia ouvi por aí e sempre repito: "O melhor vinho é aquele que você está bebendo!"

Não deixe de comentar! Contribuições serão sempre acolhidas com satisfação!

Atenciosamente,
Diana Gama