Páginas

segunda-feira, 30 de setembro de 2013

O consumo de vinho no Brasil

Quanto vinho o brasileiro consome ao ano? Você sabe? Eu também não fazia ideia...

Em Janeiro desse ano (2013) foi iniciada uma campanha que visa aumentar o consumo de vinho no Brasil, ampliando o consumo per capita de 1.9 litro para 2.5 litros ao ano, até o final de 2016. Mas quais serão os números reais que nos levam a acreditar que o consumo de vinho no Brasil é baixo, se comparado com outros países? Vamos lá!

Na minha opinião, não é um problema de produção: de acordo com a Uvibra (União Brasileira de Viniticultura) a produção de uvas e elaboração de vinhos no Brasil passou de aproximadamente 232 milhões litros (em 2003) para 428 milhões de litros (em 2012). Mas e o consumo? Dados da Uvibra mostram que, no Brasil, o consumo individual de vinho por ano foi de 1.7 litros, em média, durante o período de 1998 a 2007

E os outros países? Nesse mesmo período, o consumo per capital foi, em média:
  • França: 56 litros/ano
  • Itália: 50 litros/ano
  • Portugal: 47 litros/ano
  • Espanha: 33 litros/ano
  • Argentina: 31 litros/ano

Ah, só um detalhe: aqui, não estou considerando o Vaticano que, só em 2010, consumiu 55 litros de vinho poooor cabeça! (De acordo com o Wine Institute

Em questão de consumo, o Brasil mal entra no ranking... =(
Mas ainda há esperança! Passeando por um supermercado Pão de Açúcar, me deparei com recados para alavancar a campanha, como esse por exemplo:


Não é fofinho? E existe uma campanha chamada "No verão, vá de vinho branco", pois o Brasil é um país tropical e não é à toa que a cerveja faz tanto sucesso! Porém, há outro fator em jogo: o valor do vinho. A meta de aumentar o consumo de vinho foi calculada com base no potencial de mercado, que é de 30 milhões de pessoas com condições de comprar uma garrafa por semana, e no preço médio gasto pelo brasileiro com vinho, que é R$ 25. Ainda assim, acho que um incentivo a mais é necessário, já que pagamos absurdos por vinhos importados (93.3% do que você paga em um vinho importado É IMPOSTO)! 

Por enquanto,  vamos aguardar os resultados dos investimentos. E colaborar para que esses números aumentem!

quinta-feira, 26 de setembro de 2013

Viagens que rendem boas garrafas!

Boa noite, amantes do vinho!

Sei que vida de bolsista não é fácil, ainda mais quando se trata de ter grana para comprar vinhos... mas uma parte boa de fazer doutorado é que, vez ou outra, preciso viajar a trabalho! E dessa vez o destino foi a cidade de Granada, na Espanha! Essa foi a chance de trazer algum vinho com boa razão custo-benefício e apresento a vocês, nessa postagem, um rótulo que aprecio bastante! El Coto de Rioja Crianza 2009 é feito 100% com uva Tempranillo e possui a Denominação de Origem Calificada.

*Pausa para explicar o que significa a denominação Crianza: corresponde ao vinho que tenha estagiado ao menos 12 meses em barril de carvalho.*

El Coto permaneceu no mínimo 12 meses em barril de carvalho americano e mais 6 meses em garrafa, antes de sair da adega. Isso resulta em uma bebida encorpada e um sabor marcante. Na taça apresenta uma cor intensa de cereja. No nariz, mantém aroma frutado. Na boca é macio, porém persistente. Mas o melhor de adquirir esse vinho foi harmonizá-lo com uma boa pizza brasileira! Na ocasião, escolhemos uma que leva mussarela, frango, calabresa e milho! Deliciosidade pura! ;)


FICHA TÉCNICA

País de Origem: Espanha
Região: Rioja
Produtor: El Coto
Uva: Tempranillo
Safra: 2009
Graduação Alcoólica: 13%
Garrafa: 750 ml
Preço: 6.10 euros (aprox. 20 reais, no período)

segunda-feira, 9 de setembro de 2013

DOC, DOCG, AOC... oi?

É sempre difícil lidar com todos os termos que o vinho envolve. Estava eu aqui, escrevendo sobre um vinho francês, quando me deparei com letrinhas que acompanham alguns rótulos: "A.O.C.". Mas... o que quer dizer isso, afinal?

Decidi, então, explicar nesse post um pouco sobre o que eu aprendi a cerca dessas siglas, que descrevem a denominação de origem do vinho!

A denominação de origem é a designação atribuída em vários países aos vinhos produzidos numa determinada região, cuja qualidade ou caraterísticas se devem essencialmente aos fatores naturais e humanos do meio geográfico. O vinho é o produto que, atualmente, detém os principais sistemas de denominação de origem; todo o processo de produção é sujeito a um controle rigoroso em todas as suas fases, desde a vinha até ao consumidor final.


Appellation: Define a área em que os tipos de uvas foram cultivados. Cada país mantém uma regulação para que uma vinícola possa utilizar uma Appellation. Em geral, essa regulação determina o percentual de uvas nativas que devem ser utilizadas para que possa ser considerada Appellation. Também se usa a expressão Denomination de Origen ou semelhantes.  

- A.O.C. (Appellation d’Origine Contrôlée)


Criada na década de 30 na França, esse sistema de denominação é o modelo que inspirou outros países produtores. No caso da A.O.C. (ou D.O.C., na Itália e Espanha por exemplo), as regras são mais rígidas e passam pela descrição do Terroir, características do plantio, nível de álcool, métodos de vinificação, entre outros. Os vinhos certificados como A.O.C. são produzidos em terroirs delimitados, são sempre muito conceituados e satisfazem a normas de produção muito estritas, definidas por decreto.

- D.O.C.G. (Denominazione d’Origine Controllata Garantita)


Foi criado em 1963 e sofreu uma revisão geral em 1992 para se tornar equivalente à lei da União Europeia. O objetivo dessa classificação, incluída no sistema de denominações da Itália, é ser ainda mais rigoroso no controle de qualidade e garantir a excelência do vinho. Além de todas as regras, os vinho precisam ser degustados e aprovados por um comitê para receber esse "selo".


Bem, é isso! Ajudou um pouquinho? Espero que sim! E, aos poucos, vamos aprendendo cada vez mais!

Boa noite e bons vinhos a todos! ;*

quarta-feira, 4 de setembro de 2013

Um Merlot no capricho!

Boa noite bolsistas e/ou amantes de vinho!

Sempre é bom ganhar uma garrafa de vinho, certo? Pelo menos, para mim, é alegria garantida! Fui presenteada com um Merlot argentino e eu gostaria de falar um pouco sobre esse rótulo para vocês!

Trapiche Merlot 2011 é produzido na famosa região de Mendoza, Argentina. É um varietal rico em detalhes, delicioso do primeiro ao último gole. Na taça, é de um vermelho profundo. No nariz, traz aromas notáveis e surpreendentes! Na boca, possui corpo médio e boa estrutura, com paladar de amora e um toque sutil de pimenta.

Não sei se é todo mundo que gosta mas, durante o almoço, já provei esse vinho logo na entrada: salada de verão com molho italiano e batata palha! Na minha opinião, esse vinho combina com qualquer prato! Super indico! =)

(Dica: quando se trata de uma uva tão marcante quando essa, evite temperar a salada com vinagre, pois sua acidez não permite que você deguste o vinho adequadamente.)



País de Origem: Argentina
Região: Mendoza
Produtor: Trapiche
Uva: Merlot
Safra: 2011
Graduação Alcoólica: 13.5%
Garrafa: 750 ml
Faixa de preço: 25 - 30 reais